quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quando dizer EU TE AMO

Por que uma frase tão pequena é tão ameaçadora? E não estou falando de relações afetivas (HxM, MxM e HxH, já que os tempos são outros...). Refiro-me a qualquer relação que, em tese, envolve amor. Amor de mãe, de amigo, de colegas de ginásio esquecidos nas páginas de um diário, de amores proibidos.
Portanto, o texto que resolvi postar foi recebido de uma velha amiga, por email.
Infelizmente o texto não veio acompanhado do nome do autor, a quem chamarei de anônimo. Fiz algumas modificações para o tornar mais legível.
Espero que possam refletir a importância de dizer EU TE AMO a quem se ama, sem medo de parecer bobo, piegas, cafona ou simplesmente, de amar livremente.




Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor.
Há pouco tempo decidi sair com outra mulher.
Na realidade foi idéia da minha esposa.
- Você sabe que a ama!- disse-me minha esposa um dia, pegando-me de surpresa. - A vida é muito curta, você deve dedicar um tempo especial a essa mulher...
- Mas eu te amo e gosto de ficar com você- protestei à minha mulher.
- Eu sei, mas você também a ama. Tenho certeza disto.
A outra mulher a quem minha esposa queria que eu visitasse era minha mãe. Ela ficara viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e de meus 3 filhos faziam com que eu a visitasse apenas ocasionalmente.
Certa noite a convidei para jantar e ir ao cinema.
- O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me ela, após o convite.
Minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada tarde da noite ou um convite surpresa é indício de más notícias.
- Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo - responidi a ela. - Só nós dois. O que acha?
Ela refletiu por um momento.
- Agradaria-me muitíssimo - disse ela sorrindo.
Depois de alguns dias, passei para pegá-la depois do trabalho. Eu estava um tanto nervoso, com aquele nervosismo que antecede a um primeiro encontro...
E o mais interessante: pude notar que ela também estava muito emocionada.
Esperava-me na porta com seu casaco nas mãos, havia feito um penteado nos poucos cabelos que ainda lhe restavam e usava o vestido com que celebrou seu último aniversário de bodas.
Seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.
- Eu disse às minhas amigas que ia sair com você. Elas ficaram muito impressionadas. - comentou enquanto subia no carro.
Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, bastante aconchegante. Minha mãe se agarrou ao meu braço como se fosse 'a primeira dama'.
Quando nos sentamos, tive que ler para ela o menu, pois seus olhos só enxergavam grandes figuras.
Enquanto desgustava a entrada, levantei os olhos e notei que mamãe estava sentada do outro lado da mesa, olhando-me fixamente. Um sorriso nostálgico se delineava em seus lábios.
- Era eu quem lia o menu quando você era pequeno - disse-me ela.
- Então é hora de relaxar e me permitir devolver o favor - respondi.
Durante o jantar tivemos uma agradável conversa, colocando em dia a vida um para o outro. Quando nos demos conta, notamos que havíamos perdido o horário do cinema.
- Sairei contigo outra vez, meu filho, mas só se me deixares fazer o convite. - disse minha mãe no caminho da casa dela. Eu concordei.
- Como foi teu encontro? - quis saber minha esposa, quando cheguei naquela noite.
- Muito agradável... Muito mais do que imaginei...
Dias mais tarde, minha mãe faleceu de um infarto fulminante. Tudo foi tão rápido que não pude fazer nada.
Depois de algum tempo, recebi um envelope com um cheque do restaurante onde eu e minha mãe havíamos jantado, acompanhado de uma nota, que dizia:
"O jantar que teríamos paguei antecipadamente, pois estava quase certa de que poderia não estar ali. Por isso, resolvi deixar pago o valor de um jantar para ti e sua esposa. Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Te amo".
Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo "EU TE AMO" e de dar a nossos entes queridos o espaço que merecem em nossas vidas.
Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama.
Dedique tempo a elas, porque nem sempre elas podem esperar.

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